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Os perigos da automedicação

Nos últimos cinco anos, o Brasil registrou quase 60 mil internações por intoxicação medicamentosa


De médico e louco, todo mundo tem um pouco. Essa máxima é bem antiga, mas, infelizmente, continua sendo uma realidade – ao menos a sua metade inicial. Que atire a primeira pedra aquele que, diante de um princípio de febre, dor de cabeça ou mesmo daquela irritação desagradável na garganta, nunca recorreu à tradicional “farmacinha” de casa, sorvendo aquele comprimido que ali estava desde a última gripe?

Infelizmente, esse cenário é mais comum do que imaginamos. Segundo dados do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para Farmacêuticos (ICTQ), mais de 76% da população brasileira faz uso de medi medicamentos a partir da indicação de familiares, amigos, colegas e vizinhos. Aquilo que muitas vezes pode ser visto como uma solução de alívio imediato de alguns sintomas pode trazer consequências mais graves do que se imagina.

Para Fabiano Laitano, médico da Bemis Latin America e especialista em medicina do trabalho, é preciso ter atenção mesmo com aqueles medicamentos que estamos acostumados a tomar há tempos, pois de um momento para outro ele pode começar a reagir de uma maneira inesperada. “Não é porque você fez uso de uma mesma medicação a vida inteira, que aquela dose está apropriada para você na atual fase de vida. Infelizmente, tem um processo chamado envelhecimento (risos), com o qual aqueles 25 mg de antes podem surtir outro efeito no corpo”, diz ele.

Um fato fundamental neste assunto é que o uso de medicamentos de forma incorreta pode acabar ocasionando alguma doença grave, uma vez que sua utilização inadequada pode camuflar alguns sintomas. Além disso, a combinação inadequada de medicamentos também pode gerar problemas, já que os efeitos podem ser anulados ou potencializados.

Embora nenhum tipo de medicamento deva ser tomado sem prescrição médica, o cuidado deve ser ainda maior quando falamos de antibióticos, já que o uso abusivo destes produtos pode facilitar o aumento da resistência de microrganismos, comprometendo a eficácia de tratamentos futuros. “A Anvisa tem melhorado em alguns pontos, como, por exemplo, fazendo o controle estrito dos antibióticos”, comenta Laitano. Desde 2010, sua venda só poderá ocorrer mediante apresentação de uma receita médica específica.

Outro problema que pode passar despercebido, mas que também merece atenção é a hipervitaminose, ou seja, a quantidade excessiva de uma ou mais vitaminas em nosso organismo.  Segundo Laitano, o uso abusivo dessas substâncias, que parece estar cada vez mais em voga, pode gerar problemas renais, que é responsável por excretar o excesso de vitaminas. “Ter uma boa alimentação em vez de ficar tomando vitamina é muito mais vantajoso para o corpo”, explica.

A automedicação parece ser um hábito enraizado na cultura do brasileiro, por isso, cabe a cada um de nós fazermos a nossa parte para combater esse mal, seja nunca tomando nenhum medicamento que não tenha sido prescrito por um médico, seja jamais indicando qualquer remédio a amigo ou parente, mesmo que a intenção seja boa.
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